cigarrada

COMERES
Bolo de azeite virgem, denominação de origem protegida da cooperativa agrícola de Moura e Barrancos. Predominância das variedades cordovil, galega e verdeal.
Variante de hoje: erva doce.
Dizem os antigos, por analogia, e para realçar o bom espírito de alguém, que "é tão fino como o azeite de Moura". BOLO DE AZEITE. BALEDÓN.
um caldo pobre de toucinho e linguiça amanhados ao lume obrigados a expelir gorduras bácoras. cebola picada e água às manitas cheias, uma a uma. umas vagens despidas do contorno e esventradas de cima abaixo então multiplicadas. o alentejo casa bem com plenganas e colher. para atamancar as sopas. para atibar, calcando. para por brando o panito migado. tudo requer vagar e o convoca. só assim não se caminha à mesa por atalhos e se justifica o vinho vertido e as conversas carecidas de tempo. o comer alentejano é a expiação dos pecados de grandeza que todos, todos os dias cometemos, quais garganeiros distraídos.
FEIJANITOS DE AZEITE. BALEDÓN.
É o artesanato dos comeres que me leva às letras, às vezes aos livros. Deste roubei-lhe o nome que se adequa.
Minimalista. Sal grosso só, ou com ovos e coentros.
Se estivesse em Baledón e se fosse primavera, chamar-lhe-ia cilarcas. Teriam que ter sido resgatadas ao montado com os moços mais as moças e se assim fosse ainda tínhamos que convocar ébrias culpas para fingir que não caia a noite. No Alentejo faz-se tudo a pretexto de uma nesga de comer. Até reformas agrárias, lutas valentes e festas rijas. Tardadas inteiras com uma gâmboa ou um queijo fresco. Diz que era o celeiro da Nação, mas panito nem vê-lo. Vai dai cismaram homens e mulheres e revoltou-se a terra toda. Nos entretantos artesanavam mercê da escassez. Hoje também não. Hoje também não é primavera para muitos.CILARCAS. COGUMELOS. BALEDÓN.
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