cigarrada

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quarta-feira, 15 de abril de 2015

Hoje tudo o que queria era uma madrinha. A enviar -me postais com pombos, laços, flores, baloiços e ervas verdes rasteiras. Essa sensação de adopção ainda que convencionada, um olho dilatado a intrometer-se nos assuntos da família, pois há que zelar pela menina e "Deus Nosso Senhor agradece ".
Nem precisava de ser rústica, atarracadinha e levitar como as que me perfilharam conheci. Podia ter só ouvidos toda ela.
Venha com pomadinhas para a tosse, o ranho e o almareio. Faça-me para seu alívio um mealheirinho, um enxoval com faqueiros e moulinexes, alguns naperons pode ser.
A madrinha está para as ligações de parentesco muito subalternizada. Não importa que eu não as entenda por não terem laços de consanguinidade, um pai e uma mãe a que poderia eventualmente ligar a alguém.
Deus Nosso Senhor agradece e como eu o compreendo. Uma madrinha mantém-no ocupado com as suas preces e a gente tá protegido que os tempos não se compadecem com enjeitados.
Tanto frio lá fora, tanto mainante, tanta bandidagem, Jesus!
A minha liberdade por uma madrinha aos olhos da qual serei sempre uma menina. Durava um dia, mas eu arriscava.